Com um profundo espírito de gratidão, esperança e compromisso territorial, a Rede de Educação Intercultural Bilíngue Amazônica (REIBA) realizou sua Assembleia Geral 2025 nesta quarta-feira, 26 de novembro, um encontro virtual que reuniu coordenadores, educadores, voluntários e aliados estratégicos para avaliar o caminho percorrido neste ano e projetar os desafios e apostas para 2026.

Sob o lema “A importância do voluntariado local na missão REIBA”, a assembleia colocou em destaque homens e mulheres que, a partir de seus próprios territórios, sustentam processos formativos e comunitários em contextos marcados pela diversidade cultural e pela desigualdade estrutural.

Um espaço para animar a missão

O dia começou com as boas-vindas e a oração da Irmã Marbelis Monroy, coordenadora geral da REIBA, que convidou a renovar a esperança e a continuar sustentando o serviço educacional em meio a realidades desafiadoras.

Em seguida, os participantes receberam a mensagem em vídeo de Mons. David Martínez de Aguirre, presidente da REIBA, que destacou o valor da rede como “um tecido vivo que dá vida ao coração da Amazônia”. Ele agradeceu especialmente aos voluntários, a quem descreveu como “o coração e o catalisador” que torna possível a conexão entre os desafios das comunidades e as respostas educativas interculturais.

Contribuição da CEAMA

Marcelo Lemos, secretário executivo da CEAMA, destacou a dimensão espiritual, territorial e comunitária da educação intercultural bilíngue.

Ele lembrou que a REIBA é hoje uma ação estratégica dentro do horizonte sinodal amazônico da CEAMA e expressou seu reconhecimento aos educadores e voluntários que sustentam diariamente a missão em territórios indígenas, camponeses, afrodescendentes e ribeirinhos.

Da mesma forma, destacou o caráter colegiado e sinodal da presidência da CEAMA, que acompanha e fortalece o trabalho da REIBA como uma das expressões mais concretas do compromisso eclesial com a Amazônia.

Nesse contexto, Alicia Covaleda, consultora da CEAMA, apresentou o caminho de escuta realizado durante o ano em direção aos Horizontes Apostólicos Sinodais da CEAMA.

Vozes do território: experiências que transformam

A Assembleia incluiu um espaço de intercâmbio de experiências provenientes dos processos formativos da REIBA em diferentes países amazônicos. Entre elas:

• Calendário ecológico, compartilhado pelo professor Ruddy Fuentes (REIBA Sarrapia – Colômbia).

• Módulo de espanhol, com o testemunho de Maritza (REIBA Dicaro – Equador).

• Revitalização linguística, apresentada pela professora Juana Pocoena (REIBA San Antonio de Lomerío – Bolívia).

• Experiência de voluntariado local, narrada por Guillermo Licuy, candidato ao voluntariado 2026 (Equador).

Esses relatos evidenciam a riqueza dos processos educacionais contextualizados que fortalecem a identidade cultural e a autonomia dos povos amazônicos.

Voluntariado local: uma aposta estratégica para 2026

A Irmã Lisette Escárate, coordenadora da área de voluntariado, aprofundou o valor de fortalecer o voluntariado local como uma das prioridades para 2026. Ela destacou que os voluntários provenientes do mesmo território possuem uma compreensão profunda das dinâmicas comunitárias e uma proximidade que permite acompanhar com respeito, interculturalidade e escuta.

Por sua vez, Ana Gabriela Jimenez apresentou orientações-chave para o acompanhamento educacional durante o próximo ano, bem como informações relevantes para o encerramento de 2025 da área de comunicação.

Encerramento com gratidão e esperança

A Assembleia foi encerrada com algumas palavras de incentivo da Irmã Marbelis Monroy e a bênção final enviada por Mons. David Martínez de Aguirre.

Com este encontro, a REIBA encerra um ano de trabalho intenso, articulado e profundamente territorial, reafirmando sua missão de promover uma educação intercultural bilíngue que nasce do território, dialoga com as culturas e defende a dignidade dos povos amazônicos.