REIBA 5 anos: educação intercultural com face amazônico – Irmã Marbelys Monroy

A Rede Amazônica de Educação Bilíngue Intercultural (REIBA) comemora cinco anos de existência comprometida com a transformação dos processos educacionais no território amazônico. Nasceu como uma resposta concreta aos apelos do Sínodo para a Amazônia, esta rede tem sido um espaço de articulação, serviço, formação e presença junto aos povos indígenas que habitam a Amazônia.

Educar a partir do território e para a vida

Para Irmã Marbelys Monroy Rivas, MML, atual coordenadora geral da REIBA esta comemoração significa, acima de tudo, “reconhecer o amor incondicional de Deus por todos, especialmente pelos pobres, e renovar o compromisso de defender a vida, as culturas, os territórios e as línguas dos povos indígenas”.

Celebrar esses cinco anos é também celebrar a resistência, a riqueza cultural e a biodiversidade do território amazônico, reconhecendo-o como território vivo, fonte de conhecimento e espiritualidade.

Caminhos percorridos e experiências semeadas

Entre os momentos significativos desta jornada, a Irmã Marbelys destaca:

  • A criação de um voluntariado internacional com formação sistemática prévia para acompanhamento territorial.
  • A articulação com congregações religiosas e comunidades locais para apoiar processos educativos.
  • A consolidação de um grupo de especialistas em educação intercultural, que orienta e enriquece os processos pedagógicos da rede.

A partir da pedagogia da educação popular e com base na interculturalidade, a REIBA têm promovido processos concretos como a revitalização das línguas indígenas, a criação de materiais pedagógicos contextualizados, aconselhamento personalizado e o design de um calendário ecológico amazônico, também se envolvendo com instituições educacionais estaduais sobre a necessidade de reformar os modelos educacionais.

Por uma educação com identidade, justiça e vida

A REIBA é fruto das lutas históricas dos povos indígenas por uma educação própria, comunitária, com identidade cultural e em sua língua nativa. “Temos visto como a valorização dos conhecimentos tradicionais e a proposta de educação comunitária são fundamentais para a preservação da vida dessas comunidades”, afirma a Irmã Marbelys.

Convite para continuar caminhando

Neste aniversário, a REIBA renova sua vocação sinodal e sua espiritualidade de escuta. “Estar com os povos indígenas nos faz sentir que tudo está interligado e nos impulsiona a defender nossa Casa Comum.”

Para aqueles que já fazem parte da jornada, o convite é continuar tecendo com esperança. E para aqueles que se sentem chamados a participar, REIBA diz: Não tenham medo. Vamos juntos, em sinodalidade, anunciando o Reino da vida. Vale a pena.