A Conferência Eclesiástica da Amazônia (CEAMA) participou ativamente do Jubileu das Equipes Sinodais e dos Organismos de Participação, celebrado na Aula Paulo VI do Vaticano, de 24 a 26 de outubro de 2025.
O evento, convocado pela Secretaria Geral do Sínodo, reuniu representantes de todos os continentes, organismos eclesiais e redes pastorais comprometidos com a implementação de processos sinodais em seus territórios. Presidido pelo Cardeal Mario Grech, contou com a presença do Papa Leão XIV, que dirigiu uma mensagem de encorajamento às Igrejas locais, convidando-as a continuar caminhando no discernimento comunitário que o Espírito Santo inspira a toda a Igreja.
“A Igreja deve ouvir o clamor da terra, ser ponte entre culturas e religiões e trabalhar pela paz e pela comunhão”, expressou o Papa Leão XIV durante o diálogo com os participantes do Jubileu.
Uma voz amazônica no coração do Jubileu
A delegação da CEAMA participou dos espaços de diálogo e reflexão dedicados ao compartilhamento de experiências de sinodalidade vividas em contextos territoriais e culturais diversos. Em sua intervenção, Mauricio López, vice-presidente da CEAMA, apresentou o caminho percorrido pela Igreja amazônica, destacando sua riqueza espiritual e sua contribuição para a Igreja universal.
“A CEAMA é fruto de um longo caminho da Igreja, de uma Igreja missionária que caminha junto aos povos e comunidades da Amazônia. É um sinal de comunhão onde bispos, religiosos, leigos e povos originários discernimos juntos os novos rostos da Igreja que o Papa Francisco sonha”, disse López.
O vice-presidente explicou que a CEAMA é resultado do processo sinodal do Sínodo para a Amazônia (2019) e que encarna os quatro sonhos da exortação Querida Amazônia: social, ecológico, cultural e eclesial.
“A sinodalidade na Amazônia não é um método, é um modo de ser Igreja, onde todos caminhamos juntos na escuta e no serviço”, afirmou.
Reflexões para uma Igreja que escuta e aprende
Durante as sessões do Jubileu, foram abordados temas como a sinodalidade diante das tensões na Igreja, a conversão das relações eclesiais e a sinodalidade como profecia social.
Entre os palestrantes destacaram-se o cardeal Grzegorz Ryś (Polônia), o professor Miguel de Salis Amaral (Portugal) e a doutora Mariana Aparecida Venâncio (Brasil), que contribuiu com a visão latino-americana sobre o processo sinodal.
O Papa Leão XIV, em seu diálogo com os representantes das diferentes regiões do mundo, reiterou a importância de uma Igreja que aprende ouvindo, que valoriza os carismas de todos os batizados e que promove a participação ativa das mulheres e dos leigos.
Da mesma forma, insistiu na urgência de uma formação permanente para vencer os medos e resistências que impedem a plena vivência da sinodalidade.
“Sem formação, sempre haverá resistência e medo. A sinodalidade é aprender a nos ouvir, a caminhar juntos e a reconhecer a voz do Espírito nos outros”, afirmou o Pontífice.
Um sinal de comunhão e esperança
Os participantes do Jubileu realizaram uma Peregrinação Jubilar através da Porta Santa, sinal de renovação espiritual e compromisso missionário.
O Jubileu foi encerrado com a Santa Missa presidida pelo Papa Leão XIV na Basílica de São Pedro.
A participação da CEAMA reafirma sua vocação de ser ponte entre os povos da Amazônia e a Igreja universal, promovendo uma sinodalidade que integra, escuta e transforma, em comunhão com a vida dos povos e o cuidado da Casa Comum.
“A CEAMA continua oferecendo ao mundo uma experiência eclesial que nasce do território, se nutre do Evangelho e caminha com esperança ao lado daqueles que mais sofrem no coração da Amazônia”.