Em reunião realizada recentemente no Ministério do Meio Ambiente do Brasil, os bispos da Amazônia brasileira expressaram suas principais preocupações sobre a crise socioambiental que afeta a região, sublinhando a necessidade urgente de implementar políticas públicas eficazes para a proteção dos territórios e comunidades amazônicas.
O encontro contou com a presença de representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o que permitiu destacar a importância da colaboração interinstitucional para enfrentar os problemas que a região enfrenta.
Temas Abordados: Crise Socioambiental e Transição Sustentável
Durante o encontro, os bispos apresentaram um diagnóstico atualizado da situação socioambiental na Amazônia, com base em consulta realizada em 2023 às comunidades locais. Nesse sentido, alertaram sobre o desequilíbrio na abordagem, uma vez que as riquezas naturais da Amazônia têm sido priorizadas acima das necessidades e direitos de seus habitantes. “O foco nas riquezas da Amazônia tem sido maior do que o foco nas pessoas que vivem lá”, observaram, instando uma apenas transição rumo a uma economia sustentável que inclua as populações amazônicas no processo de tomada de decisões.
Os principais temas abordados incluíram infraestrutura na região, o papel da Amazônia no contexto da COP30e o fortalecimento dos órgãos ambientais responsáveis pela proteção da biodiversidade.
Compromisso do Governo: desafios e desafios futuros
Por sua vez, a Ministra do Ambiente, Marina Silva, reafirmou o compromisso do governo brasileiro em manter um diálogo aberto com os diversos atores sociais e trabalhar na implementação de soluções concretas. Entre as medidas anunciadas, destacou-se o fortalecimento das organizações ambientalistas, com novas competências para Ibama e ICMBio, bem como a ampliação da presença do Estado na Amazônia.
Os participantes também sublinharam a importância de continuar o diálogo e de reforçar as parcerias entre o governo, as comunidades locais e as organizações internacionais. Quanto ao progresso, foram reconhecidos esforços na reconstrução de políticas públicas, como reduzindo o desmatamento e fortalecer as agências ambientais encarregadas de fazer cumprir as leis de proteção.
Desafios Críticos: da mineração ilegal à poluição
No entanto, também foram identificados vários desafios persistentes. O mineração ilegal, o poluição por mercúrio e o extorsão Continuam a ser problemas de grande impacto para a região. Em particular, a poluição por mercúrio, resultado da mineração ilegal, continua a afectar gravemente o ambiente e a saúde das comunidades amazónicas. Dados recentes mostram que as cidades amazônicas registraram os piores qualidade do ar nos últimos 20 anos, devido aos incêndios e à queima de diesel, o que agrava ainda mais a crise ambiental.
Monitoramento da contaminação por mercúrio, realizado por organizações como Ibama e Funai, revelou níveis alarmantes de contaminação do solo, da água e do sangue das populações locais, destacando a urgência de medidas mais rigorosas em relação à mineração ilegal e à protecção dos recursos naturais.
Rumo à COP30: financiamento e ação climática
Como parte dos preparativos para o COP30, foi destacada a necessidade de implementar ações concretas para enfrentar as mudanças climáticas, além de acordos gerais. Um ponto crítico abordado foi o financiamento climático, com uma ligação para garantir um financiamento adequado para os países mais vulneráveis. O objetivo é garantir 1,3 trilhão de dólares anualmente, mas o COP29 ele só conseguiu se comprometer 300 bilhões de dólares, deixando um défice significativo nos fundos necessários.
A posição de EUA foi identificado como um obstáculo à obtenção de progressos significativos, embora se espere que a pressão nacional e internacional possa encorajar um maior compromisso com a agenda climática global.
Uma visão abrangente para a Amazônia
Em resposta a este panorama, o REPAM Brasil insistiu na necessidade de um abordagem abrangente que considere a realidade dos povos amazônicos e garanta soluções sustentável e justo para a região. Com a Amazônia como epicentro da crise climática e social, o papel da governo brasileiro e o comunidade internacional Será fundamental na definição do futuro desta região, vital tanto para a biodiversidade global como para as comunidades que dela dependem.
Fonte: REPAM Brasil