Cúpula Amazônica da Água: “Somos água, somos vida, somos esperança” – Cardeal Pedro Barreto

De 1 a 3 de outubro de 2025, na cidade de Iquitos (Peru), será realizada a Cúpula Amazônica da Água, um evento que busca gerar conscientização, diálogo e compromisso em torno de um dos bens mais sagrados e ameaçados de nosso tempo: a água.

A iniciativa, promovida pelo Vicariato Apostólico de Iquitos, sob a liderança de Monsenhor Miguel Ángel Cadenas, e acompanhada pela Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), convoca bispos, líderes comunitários, cientistas, representantes de povos indígenas, organizações sociais e organismos internacionais a refletir e agir diante dos desafios que a água enfrenta na região amazônica.

A água, coração da Amazônia

A Amazônia é um dos maiores reservatórios de água doce do planeta. Seus rios, lagos, lagoas e pântanos não apenas sustentam a vida de milhões de pessoas nos territórios amazônicos, mas também são vitais para o equilíbrio climático global. No entanto, a água enfrenta ameaças crescentes: contaminação por atividades extrativas, desmatamento, mineração ilegal, derramamentos de petróleo, bem como os impactos das mudanças climáticas que alteram os ciclos naturais e colocam em risco a vida de comunidades inteiras e dos ecossistemas.

A água na Amazônia é um bem espiritual, cultural e comunitário. Para os povos indígenas, a água é fonte de sabedoria, espaço de encontro com o sagrado e herança que deve ser preservada para as gerações futuras.

Um compromisso pastoral e humano

O cardeal Pedro Barreto, presidente da CEAMA, destacou a importância deste encontro:

“A água é vida, nós somos água. Mais de 70% do nosso corpo é água e sem ela não podemos viver. Esta Cúpula significará um antes e um depois no cuidado da água e na promoção da consciência de que este elemento é uma bênção de Deus. Somos água, somos vida, somos esperança”.

A Cúpula Amazônica da Água se projeta como um espaço de escuta e ação, onde a Igreja, em comunhão com os povos e com a sociedade civil, quer reafirmar seu compromisso de cuidar da Casa Comum e defender a dignidade daqueles que dependem diretamente das águas da Amazônia.

Um antes e um depois para a região

Durante os três dias do encontro, serão realizadas palestras, mesas de trabalho, celebrações litúrgicas e atos simbólicos em torno da água, buscando articular propostas e compromissos que se traduzam em incidência política, acompanhamento pastoral e ações concretas de proteção.

A Cúpula não abordará apenas a água em sua dimensão ecológica, mas também em suas implicações sociais, culturais e espirituais. Espera-se que este espaço marque um marco na defesa da água como direito humano fundamental e como dom de Deus para toda a humanidade.

A CEAMA convida todas as comunidades eclesiais, instituições e pessoas de boa vontade a acompanhar este processo, reconhecendo que defender a água é defender a vida e a esperança dos povos amazônicos e de todo o planeta.