Encontro dos Bispos da Amazônia: “Retomar com firmeza o caminho sinodal” – Mons. Neri José Tondello

De 17 a 20 de agosto de 2025, em Bogotá – Colômbia, o Encontro dos Bispos da Amazônia, convocado pelo Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) este evento reunirá pastores de toda a região amazônica para um espaço de discernimento, comunhão e renovação do compromisso pastoral com os povos e territórios desta vasta região biocultural.

Para Dom Neri José Tondello, Bispo de Juína – Brasil e uma das vozes que tem acompanhado fielmente o processo sinodal amazônico, este encontro representa muito mais que um encontro episcopal: é uma oportunidade de“para retomar o diálogo da Igreja com a responsabilidade que ela tem pelo cuidado da nossa Casa Comum”.

Quase seis anos depois do Sínodo para a Amazônia (2019), Dom Neri vê este espaço como um momento privilegiado para aprofundar uma conversão integral:“uma conversão sinodal, ecológica, cultural e pastoral”Em seu depoimento, ele enfatiza a necessidade de uma revisão crítica da história da evangelização na região, reconhecendo que, ao mesmo tempo em que houve um desejo missionário, houve também experiências de colonização que devem ser curadas por meio de um caminho de reconciliação e compromisso.

Uma Igreja que escuta, que mistura, que caminha com o povo

O bispo compartilha sua esperança de que o encontro de Bogotá seja um“retomada forte e firme do processo sinodal”, uma oportunidade de renovar a unidade da Igreja na Amazônia com estratégias pastorais conjuntas, profundamente inculturadas e comprometidas com a vida dos povos indígenas.

O que mais me inspira na Igreja Amazônica é a resiliência dos povos indígenas, sua paciência histórica, sua capacidade de organização, sua clareza sobre seus direitos. Apesar de terem sido abandonados pelas autoridades e pela própria Igreja em diversos momentos, eles permanecem firmes, sabem o que querem e buscam isso com humildade e estratégia.

Dom Neri insiste que a inspiração para a renovação eclesial deve vir de baixo, da resiliência e sabedoria dos povos amazônicos, convidando a Igreja a se misturar, a ouvir e a ser tocada por aquela vida que brota das raízes.

CEAMA: um fruto do Sínodo que deve ser fortalecido

Com convicção, o Bispo de Juína afirma que espera que o encontro de agosto revitalize o principal fruto do Sínodo: a criação da Conferência Eclesial da Amazônia, um evento inédito que envolve leigos, jovens, mulheres e líderes comunitários na vida eclesial.

Espero que retornemos com vigor a isso e construamos um projeto comum a partir da CEAMA. Que a Igreja se encarne, considere o contexto da nossa realidade e caminhe com todos os povos da Amazônia.

Este encontro será, sem dúvida, uma ocasião histórica para renovar o caminho de uma Igreja com rosto amazônico, sinodal e profética, que escuta, aprende e age junto com os povos e com a Casa Comum.